Simulação de Cátions e ânios por PeakMaster

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Simulação de Cátions e ânios por PeakMaster

 

 

 

 

UFG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

 INSTITUTO DE QUÍMICA


Simulação da Separação de Cátions e ânios por Eletroforese de

Zona Empregando Software Livre PeakMaster

Professor : Lucas M. Duarte
mtduarte@gmailo.com
Aluno: Sodré Gonçalves de Brito Neto - Matrícula 201705791- Núcleo Livre
cancerlinfocito@gmail.com; oncoliticovirus@hotmail.com


Resumo: No software Peakmaster 5.4 foram feitas simulações de testes em eletroforese de grupos de analitos sob BGEs diferentes, tensões diferentes e cargas de analitos diferentes (separando cátions e por último separando ânions). Discutimos resultados e influências do pH, da tensão, e sua modulação nos resultados .

Introdução: Com objetivo de antecipar resultados, economizando tempo e materiais, utilizando principais parâmetros da eletroforese,  foram desenvolvidos diversos softwares  como o “Simul 5”, Getrans, Martens, e outros listados em artigos de revisão sobre os mesmos[1] [2] . No atual trabalho foi utilizado neste trabalho o “Peakmaster”, que é um software livre desenvolvido no grupo do Prof. Dr. Bohuslav Gas, o qual compreende uma plataforma simples e comunicável e representa uma ferramenta fundamental para prever os ensaios eletroforéticos [3]

Materiais Utilizados em Simulação no Software foram Cátions: 𝑁𝑎+; 𝐿𝑖+;𝐾+;𝐶𝑎+2; 𝑀𝑔+2 , Ânions: 𝐶𝑙−; 𝑁𝑂3−; 𝐻3𝐶𝐶𝑂𝑂. Modo eletroforético foi eletroforese em zona (em capilar e microchip) e a Separação dos seguintes cátions: Sodium; Lithium; Potassium; Calcium; Magnesium; Concentração dos analitos: M; Parâmetros de execução: L = 33,5 cm | l = 25,0 cm | V = + 20000 V | EOF: tempo do marcador (3 min); Sinal: Condutividade.

Foi feita comparação de dois BGEs em diferentes pH, mas com força iônica (FI): 0.

1) O primeiro BGE: ácido lático / histidina 20/10 mmol L-¹

Os parâmetros que o sistema deu foram :

pH : 3.842

Condutividade (S / m) 6,16e-02

Resistividade (Ohmm)

Capacidade de buffer (mM)

Tempo do marcador EOF (min) 3

Mobilidade EOF (1e-9 * m2/s/V)

1. auto-mobilidade do sistema (1e-9 * m2/s/V)

2. auto-mobilidade do sistema (1e-9 * m2 /s/V) -2,99e-02

 

Os Parâmetros do sistema PeakMaster

PH - O Software acusa o pH o que é importante para se verificar o fluxo osmótico e a capacidade de relacionar quem será cátion ou ânion no eletrólito.

Força iônica (mM) – É importante se destacar porque em uma solução é uma medida de sua concentração de íons, que quando dissolvidos na água, dissociam-se em íons demonstração a concentração total de eletrólitos na solução permitindo verificar a dissociação de sais .

Condutividade (S/m) – Indica a facilidade com a qual um material é capaz de conduzir uma corrente elétrica.

Resistividade (Ohmm) – A medida da oposição de um material ao fluxo de corrente eléctrica.

Capacidade de buffer (mM) -  Ou capacidade tamponante é a quantidade de ácido ou base que pode ser adicionada antes que o tampão perca sua habilidade de resistir à mudança em pH. Um tampão com uma alta capacidade pode manter sua ação tamponante por mais tempo do que um tampão com uma pequena capacidade. O tampão é consumido quando a maioria da base fraca for convertida a ácido ou quando a maioria do ácido fraco for convertido a base.

Tempo do marcador EOF (min) - “É o tempo requerido para que o líquido percorra o comprimento efetivo do capilar, Lef, devido à eletrosmose. Este tempo é comumente medido como o tempo de "migração" de um marcador neutro, conhecido como marcador do fluxo eletrosmótico e cuja mobilidade é assumida desprezível com relação ao analito”[4].

Mobilidade EOF – Designa-se a velocidade de um fluxo eletroosmótico, que pode ser positiva ou negativa.

 

Gráficos e discussão de resultados

O dados foram exportados para plataforma excell  e no gráfico de 0,6 a 1,2 minutos, foi visulizado  a detecção de: 𝑁𝑎+; 𝐿𝑖+;𝐾+;𝐶𝑎+2;𝑀𝑔+2 Sendo os picos correspondentes ao analito e tempo de pico.

  1. Potássio: 0,75m; 2. Cálcio: 0,95m; 3. Sódio: 0,99m; 4. Magnésio: 1,040m No tempo máximo; 5. Litium : 1,17m. No tempo de 0,7 a 1,2 minutos temos: 



Mudando o BGE1 para BGE2 ( Ácido 2-morfolinoetanosulfónico/Histidina 20/20 mmol L-1); mudou-se também o PH que saiu de 3,84 para 6,06. Temos pouquíssima mudança na mobilidade no resultado , apesar da mudança no PH.

Sob BGE com PH mais elevado a sequência permaneceu a mesma:

1. Potássio : 0,75m

2. Cálcio: 0,95m

3. Sódio: 0,99m

4. Magnésio: 1,049m no tempo máximo (aumentou 0,001 sua mobilidade devido provavelmente mudança de PH de 3,84 pra 6,06)

5. Litium : 1,17m

Gráfico dentro de um tempo de 1,2 minutos


Os Parâmetros do sistema do BGE2 foram:

pH 6.067

Aumentou o PH de 3,84 para 6,06 com mudança de BGE1 para BGE 2

Força iônica (mM) 10,19

Condutividade (S / m) 4,74E-02

Resistividade (Ohmm)

Capacidade de buffer (mM)

Tempo do marcador EOF (min) 3

Mobilidade EOF (1e-9 * m² /s/V)

1. auto-mobilidade do sistema (1e-9 * m2 / s / V) 1,07-³

2. auto-mobilidade do sistema (1e-9 * m2 / s / V) -1,21-²

 

Comparação da simulação em sistema capilar e chip:

Foi mudado os parâmetros no “Run parameters” para as configurações do microchip - L=8.5 cm | l=7.8 cm | V=+2000 V | EOF: Marker time (2 min); ** A término, retornou-se asw configurações para o sistema em capilar.

No microchip diminuímos de 20.000 V para 2000 V porque não podemos usar alta tensão no microchip , e porque em geral ele não necessita de alta tensão.

Temos um período menor de detecção caindo em de 1,1 para 0,8 segundos . Mas houve uma co-migração para cálcio, sódio e magnésio:

 

Temos um co-migração para BG2 para cálcio, sódio e magnésio:


Sob os dois BGEs houve comigração, mesmo mudando o pHD de 3,84 para 6,06.

Teve uma diferença no BGE no microchip BGE1 ácido láctico/histidina, 20/10, ph 3,84, foi mais rápido terminando em 1,5m, e no BGE2 MÊS/histidina , 20/20, ph 6,06, sua mobilidade foi mais lenta sendo detectado em 2 minutos.

A diferença se deu devido no modo “marker time” se considerar as duas velocidades do analito + EOF. E no modo EOF se desconsiderar velocidades dos analitos e apenas do fluxo eletroosmótico.

 

Aumento de Tensão e o Menor Tempo para Detecção

Percebemos que quanto maior tensão, maior velocidade dos analitos e menor tempo de detecção. Submetemos na simulação tensões de 5 a 30.000V e podemos perceber tais diferenças:

Em 5000V sendo eixo x o tempo em minutos e o eixo Y unidade arbitrária. Demorou quase 8 minutos; quando aumentamos a tensão para 10.000V houve uma queda acentuada.

Em 5.000V .
A imagem pode conter: quadra de basquetebol

Em 10.000V

 

Em 15000V

Em 20.000V

Em 30.000V

 

Nos gráficos acima observamos claramente a diminuição do tempo para detecção em função do aumento de tensão. Um ponto se destaca entre o tempo de 5.000V e 10.000 v, onde a queda foi acentuada e caiu a detecção de 8 minutos para 4 minutos o que revela um comportamento não linerar e cada vez mais resistente no processo de aumento de velocidade dos elétrons por meio da tensão. No aumento das últimas tensões a velocidade pouco aumentou o que podeŕiamos refletir sobre a saturação máxima que os analitos sofrem diante da mudança de tensão.

Cálculos

Calculando a mobilidade eletroforética aparente de cada analito sob condição otimizada: L=33.5 cm | l=25 cm | V=+20000 V | EOF: Marker time (3 min);


Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x0,97) (cálcio) = 0,043

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,187) (lítio)= 0,035

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,049) (magnesio)= 0,040

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,002) (sódio)= 0,042

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x0,761) (potássio)= 0,055


Calculando mobilidade do fluxo eletrosmótico

Map = L.l/t.v = 33.5x25/20000x3(fluxo eletrosmótico)= 0,014

No software está em m2 a velocidade eletrosmótica: 23,264 e está em e-9 m2. Transformando por centímetro, temos 0,00023264 x 60= 0,014 cm/s

Calculando a mobilidade efetiva de cada analito

Meff = Map – Meo

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x0,97) (cálcio) = 0,043 -0,014= 0,029
Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,187) (lítio)= 0,035 -0,014= 0,021

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,049) (magnesio)= 0,040 --0,014= 0,026

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,002) (sódio)= 0,042 -0,014=0,028

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x0,761) (potássio)= 0,055 -0,014=0,041

 

Resolução entre pares de picos

 

Aplicando a regra aos nossos picos

Rs= 2(0,97 -0,76 )/ 0,01+0,02 = 14 (entre cálcio e lítio)

Rs= 2(1,002- 0,97)/ 0,02+0,03 = 12,8 (lítio e magnésio)

Rs= 2(1,005 -1,002 )/ 0,01+0,02 = 0,2 (magnésio e sódio)

Rs= 2(1,19-1,005)/ 0,01+0,02 = 12,33 )entre sódio e potássio)


 

Eficiência em pratos por metro;

N=16(Tr/wb)e2
Tr= Tempo entre injeção e o pico máximo .
Wb= Largura do pico

 

Pico do Cálcio

Pico do Litio

 

Pico do magnésio


Pico do sódio
Pico do potássio
N=16(0,761/0,761-0,738)² = 175,16 N=16(0,97/0,97-0,94)²= 16727,1
N=16(1,005/1,005-0,98)²=25856,64

N=16(1,05/1,05-1,02)²= 19600

N=16(1,188/1,188-1,17)²= 69696

 

Comparar o valor encontrado para 𝜇𝑒𝑝 (calculado) com a mobilidade efetiva fornecida pelo software e discutir;

Calculando a mobilidade efetiva de cada analito

Meff = Map – Meo


Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x0,97) (cálcio) = 0,043 -0,014= 0,029

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,187) (lítio)= 0,035 -0,014= 0,021

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,049) (magnesio)= 0,040 --0,014= 0,026

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x1,002) (sódio)= 0,042 -0,014=0,028

Map = L.l/t.v = (33.5x25)/(20000x0,761) (potássio)= 0,055 -0,014=0,041


 

Separação dos ânions

 

Sob os parameters: L=8.5 cm | l=7.8 cm | V=-2000 V | EOF: No EOF;

BGE: Ácido Lático/Histidina 30/25 mmol L-1 e TTAOH 10 mmol L-1;

Foram analisados os seguintes analitos: Ácido sulfúrico; ácido acético; ácido clorídrico; ácido nítrico; ácido fórmico; ácido oxálico; ácido cítrico; ácido benzóico;

Resultados da Simulação:
b1d04979-bb9b-4058-871f-b96cb439d241


Em ordem os picos:


1. ácido hidroclorídrico

2. ácido nítrico

3. ácido sulfúrico

4. ácido oxalato

5. ácido fórmico

6. ácido cítrico

7. ácido ascético

8. ácido benzoico

No eletroferograma, pelos parâmetros reportados pelo software temos bons resultados. Bons para detecção direta de todos os ácidos listados e detecção indireta do ácido benzoico.

Conclusão: A ferramenta de simulação do software PeakMaster representa diversas vantagens econômicas de tempo e recursos, permitindo planejamentos prévios para melhor dominio de conjugações de analitos e eletrólitos no canal capilar ou microchip capilar.  

 

Referências

1. Hruška, Vlastimil; Jaroš, Michal; Gaš, Bohuslav (2006). «Simul 5 – Free dynamic simulator of electrophoresis». ELECTROPHORESIS (em inglês). 27 (5-6): 984–991. ISSN 1522-2683. doi:10.1002/elps.200500756 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/elps.200500756

2. Thormann, Wolfgang; Caslavska, Jitka; Breadmore, Michael C.; Mosher, Richard A. (2009). «Dynamic computer simulations of electrophoresis: Three decades of active research». ELECTROPHORESIS (em inglês). 30 (S1): S16–S26. ISSN 1522-2683. doi:10.1002/elps.200900058 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/elps.200900058

3. Gaš, B., Jaros, M., Hrus, V., Zusková, I., & Milan, S. (2005). PeakMaster - A Freeware Simulator of Capillary Zone Electrophoresis. https://www.semanticscholar.org/paper/PeakMaster-A-Freeware-Simulator-of-Capillary-Zone-Ga%C5%A1-Jaros/c6bee1683499695bff4b710004d2f47281b499bf

4. Silva, José Alberto Fracassi da; Coltro, Wendell Karlos Tomazelli; Carrilho, Emanuel; Tavares, Marina Franco Maggi (1 de junho de 2007). «Terminologia para as técnicas analíticas de eletromigração em capilares». Química Nova. 30 (3): 740–744. ISSN 0100-4042doi:10.1590/S0100-40422007000300040